Câmara comemora com sessão solene 220 anos da Santa Casa

Os 220 anos da Santa Casa de Misericórdia de Sorocaba foram celebrados em sessão solene da Câmara Municipal, realizada na noite de segunda-feira, 4, no plenário da Casa. A solenidade foi uma iniciativa do vereador Aith (PRTB) e foi presidida pelo presidente da Casa, vereador Cláudio Sorocaba (PL). O arcebispo metropolitano de Sorocaba, Dom Julio Endi Akamine, e o gestor da Santa Casa, padre Flávio Jorge Miguel Júnior, representaram a instituição na mesa de honra.

Além do presidente do Legislativo sorocabano, do proponente da sessão solene, do arcebispo de Sorocaba e do gestor da Santa Casa, a mesa de honra contou com as seguintes autoridades: secretário municipal de Saúde, Cláudio Pompeo, representando o prefeito Rodrigo Manga; diretor administrativo da Santa Casa, padre William de Almeida; e padre Arari dos Santos Amorim (“Padre Kojac”), da Paróquia Nossa Senhora do Povo e conselheiro da Santa Casa.

A mesa estendida contou com a presença de várias autoridades, entre as quais a vereadora Iara Bernardi (PT), acompanhada de seu esposo e ex-vereador Antônio Sérgio Ismael; vereadores Luis Santos (Republicanos), Ítalo Moreira e Fausto Peres; presidente da OAB Sorocaba, advogado Márcio Leme; Milton Sanches, do Sindicato da Saúde; vice-presidente da Associação Comercial de Sorocaba, Nilton César; assessor parlamentar Luiz Salmeron, representando o deputado federal Victor Lippi (PSDB); e assessor parlamentar Jameson Martins, representando o deputado estadual Vitão do Cachorrão (Republicanos).

Também estiveram presentes familiares padre Flávio Jorge Miguel Júnior: sua mãe, Vicentina Miguel, e sua irmã, Rosemary Machado Miguel, que também representou o vereador Dr. Hélio Brasileiro (PSDB). O evento também contou com apresentações musicais de Maísa (voz) e Fagner Lucas (violão) que apresentaram canções de repertório católico. Após as falas das autoridades presentes, foram feitas várias homenagens aos profissionais da Santa Casa de Misericórdia, que receberam votos de congratulações.

Trabalho de excelência – O presidente da Câmara Municipal, vereador Cláudio Sorocaba (PL), parabenizou o vereador Aith pela iniciativa de realizar a sessão solene e destacou o trabalho realizado pela instituição: “Todos nós sabemos que o trabalho realizado pela Santa Casa é de excelência. Todas as pessoas que passam pelo hospital e pelo Pronto-Atendimento da Zona Leste, que também é administrado pelo grupo da Santa Casa, reconhecem a alta qualidade do atendimento prestado” – enfatizou o presidente do Legislativo sorocabano.

Representando o prefeito Rodrigo Manga, o secretário de Saúde, Cláudio Pompeu, afirmou: “Hoje, vivemos um momento de muita sinergia entre o poder público municipal e a Santa Casa. A gente luta junto, a Santa Casa é o nosso hospital. Então, temos muito orgulho de ver a Santa Casa crescer e realizar esse trabalho em prol da saúde”, enfatizou o secretário.

O arcebispo Dom Julio Akamine chamou a atenção para o nome da instituição: “Por que chamamos um hospital de Santa Casa de Misericórdia? Porque, em que pese Deus ser onipresente, em alguns lugares sua presença transparece com mais evidência, como nos santuários históricos, como aqueles da Terra Santa, ou os santuários decorrentes de aparições, como aqueles dedicados a Nossa Senhora pelo mundo afora. Já a Santa Casa de Misericórdia de Sorocaba é um santuário diferente: trata-se de um santuário para alívio do sofrimento humano, com seus sacerdotes, isto é, os profissionais que se dedicam aos doentes. E desejamos fazer a Santa Casa cada vez mais santa, acolhendo os pobres, os sofredores” – disse o arcebispo.

História da instituição – O vereador Vinícius Aith (PRTB), em seu discurso, contou a história da Santa Casa de Misericórdia, enfatizando que a missão da Santa Casa de Misericórdia é “promover a saúde, prestando assistência hospitalar de excelência, conciliando técnica, humanização, responsabilidade social e ambiental à luz do Evangelho de Cristo Jesus Cristo”. Em seguida, o vereador fez um relato da história da Santa Casa, que teve início em 1803, com a fundação da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Sorocaba, nos moldes das que já existiam em Portugal, com o objetivo de manter um hospital para atender aos mais necessitados.

“O sonho do lusitano Francisco José de Souza logrou êxito graças à contribuição financeira dele e dos moradores distintos e abonados da época, cujos descendentes ainda residem na cidade. O prédio foi erguido na antiga Rua do Hospital, que fazia esquina com a então Rua do Comércio, atualmente Rua Álvares Soares, esquina com a Rua Souza Pereira. Quando as obras do primeiro hospital da Vila de Sorocaba foram concluídas, não havia profissionais para atender aos doentes, então, a irmandade foi extinta em 1811 e todo o patrimônio ficou sob a responsabilidade da Câmara dos Vereadores”, contou Aith.

A partir daí, a estrutura onde funcionava a Santa Casa serviu como prisão, escola, hotel e até quartel para as tropas do Duque de Caxias durante a Revolução Liberal de 1842. Em 1845, quando Sorocaba já havia sido elevada à condição de município, a Irmandade de Misericórdia foi restaurada, mas constatou-se que o prédio precisava de reforma. Um ano depois, a unidade de saúde da Santa Casa foi inaugurada, tendo recebido, posteriormente, a visita do imperador Dom Pedro II, que deixou uma generosa doação e recebeu o título de protetor da irmandade.

Apoio dos sorocabanos – “E assim seguiu a Santa Casa, sustentada pela caridade dos sorocabanos, que contribuíam em vida e deixavam heranças, registradas em testamentos para a irmandade, além da arrecadação em eventos como festas, bailes e quermesses”, disse Aith. Em 1900, o hospital foi transferido para sua atual sede, no alto da antiga estrada que ia para São Paulo, hoje conhecida como Avenida São Paulo, onde antes funcionava o Hospital dos Alienados. “Durante mais de dois séculos, a instituição sobreviveu a fases tenebrosas na cidade, como a epidemia da febre amarela e o surto de tuberculose”, contou Aith, que também lembrou os momentos difíceis vividos pelo hospital, quando seus gestores chegaram a ser presos.

“Em que pesem as dificuldades enfrentadas, a Santa Casa, pela misericórdia divina, passou a contar em 2017 com a seriedade e a competência da Arquidiocese de Sorocaba, tendo como moderador o arcebispo metropolitano dom Júlio Akamine e como diretor-presidente, o padre Fábio Jorge Miguel Júnior. Munidos de propósitos cristãos, os novos gestores encararam bravamente a missão de reconstruir o hospital e reconquistar a confiança do povo sorocabano para juntos escreverem um primoroso capítulo na história da irmandade” – enfatizou o vereador Vinícius Aith.

Hospital do Câncer – Durante a sessão solene foi exibido um vídeo-vida, em que o padre Flávio Jorge Miguel Júnior falou do momento em que assumiu a gestão da Santa Casa, com o arcebispo da época, Dom Eduardo Benes. “Em seguida tivemos a recomposição da assembleia da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia e, ao longo dos últimos sete anos, estamos neste processo de reconstrução do hospital. Somos a instituição mais antiga de Sorocaba. A Santa Casa é um patrimônio do povo sorocabano. Por isso, todos nós devemos comemorar esses 220 anos e lutar pelo hospital”, disse padre Flávio, destacando que o hospital também é um Hospital do Câncer, que deve ser ampliado em parceria com o governo estadual.

 

CRÉDITO: Assessoria Câmara