Dr. Eduardo Leite Crocco
Infectologista
A Hanseníase é uma doença crônica, transmissível, com acometimento de pele e nervos periféricos. Devido seu caráter crônico, pode cursar com surtos reacionais, o que pode ocasionar incapacidades e deformidades físicas.
É causada por uma bactéria denominada Mycobacterium leprae, apresenta evolução lenta, podendo demorar anos para surgirem sinais da infecção.
Os sinais e sintomas mais comuns são: manchas na pele com alteração da sensibilidade (térmica e/ ou dolorosa e/ou tátil); comprometimento de nervos periféricos (mais comum em mãos, pés e face). Pode também se manifestar por caroços e inchaços no corpo, em alguns casos avermelhados e doloridos. Muitas vezes é difícil a pessoa saber de quem pegou a doença, pois a hanseníase tem um período de incubação longo, podendo demorar até cinco anos em média, sem apresentar sinais e sintomas característicos.
A transmissão se dá de uma pessoa doente sem tratamento para outra, após um contato próximo e prolongado.
O diagnóstico pode ser feito mais frequentemente por biopsia de lesões suspeitas, mas também pode ser feito por exames de pesquisa do agente em linfa ou mesmo por reação dérmica.
O tratamento é gratuito e fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Varia de seis meses nas formas paucibacilares a um ano nos multibacilares, podendo ser prorrogado ou feita a substituição da medicação em casos especiais. O tratamento é realizado via oral, e consiste na associação de dois ou três medicamentos, ao que se denomina poliquimioterapia.
A prevenção consiste no diagnóstico de doentes o mais rápido possível, e início precoce do tratamento, evitando a transmissão. É importante ressaltar que a transmissão da doença deixa de ocorrer no início do tratamento.
Por isso é que é fundamental que em casos de sinais ou sintomas suspeitos seja procurado o mais brevemente possível o atendimento, que pode ser feito na Unidade Básica de Saúde (Posto de Saúde) com avaliação médica e/ou enfermagem para diagnóstico e tratamento, se necessário.